Huangpu, Shangai, China. Autor Fumihiko Ueno, 2010. Disponível em Wikimedia Commons.
Semana diferente! Essa semana eu tive algumas demandas adicionais que iam me exigir dias para realizá-las. Com isso, eu comecei a segunda e terça-feira tentando terminá-las para logo voltar à rotina normal. Entretanto, na quarta-feira já vi que não ia dar certo e pus na cabeça: a semana do dia 6 de novembro será apenas para essas tarefas. E que tarefas eram essas?
Artigo Dois Níveis – Especial Meio-Ambiente
Esse artigo está planejado para sair desde a idealização do Especial Meio-Ambiente do meu outro site, o Dois Níveis. Pensamos no projeto em maio e a previsão original era que o especial saísse em agosto, mas logo foi adiado para novembro, por conta da COP nos Emirados Árabes Unidos de 2023. Fizemos uma série de seis ou sete artigos. Eu fiz um artigo com uma colega do 2N e nosso tema foi governança climática e intervenção da União Europeia via negociações do Acordo Mercosul-UE. O artigo está muito interessante, e a minha parte foi referente à parte do acordo supracitado. É interessante porque faz anos que eu tenho em mente a ideia que a União Europeia e vários indivíduos, organizações internacionais e outros entes por lá defendem a ideia de proteção ao meio-ambiente, mas sempre me pareceu haver partes de hipocrisia e outros interesses ocultos por trás.
Achei uma teoria no podcast Trade Talks do Chad Bown na qual ele entrevista um pesquisador chamado Farrokhi na qual prova em alguns artigos científicos que a liberalização comercial diminui o trade-off entre proteção florestal e a aquisição de bens de países como o Brasil, detentores de grandes áreas florestais. Em outras palavras, o protecionismo europeu (e outros também) em prol de “não apoiar o aumento do desmatamento” tem o efeito completamente contrário. De maneira extremamente simplificada (é difícil resumir uma pesquisa tão longa e detalhada em outras palavras), temos: o aumento da liberalização e abertura comercial facilita com que os países detentores de florestas tenham menores custos para importação de bens essenciais para a agricultura. Com isso, facilita-se o acesso à bons adubos, tratores, sementes, maquinários agrícolas em geral, etc.. Com isso, a produtividade sobe significativamente e exige-se muito menos terra para aumento de produção. Exigindo-se menos terra, diminui-se o desmatamento. Interessante, não? Os grupos de “proteção ambiental” mantêm o atraso tecnológico dos países em desenvolvimento e impedem que eles tenham mais condição de aumentar sua produtividade e proteger mais o meio-ambiente em seus países. Bem irônico, né…
Por fim, neste final de semana corrigirei os outros artigos dos meus colegas do Especial Meio Ambiente, e também adequar as sugestões de mudanças que os colegas farão no meu texto.
Relatório do Pacto de Bagdá
Depois, tive que focar no relatório do Pacto de Bagdá/CENTO. Com a entrega deste segundo relatório (eu já tinha entregue um da Organização Internacional do Cacau) o professor Leonardo Rocha Bento disse que eu terminei o período de testes e eu me tornei membro da revisão contínua do REPI, o maior repositório de Política Internacional do Brasil. Fiquei orgulhoso por isso, e de colaborar com diplomatas e candidatos para esse documento tão importante para tantas pessoas que compõem e comporão a comunidade brasileira de política externa.

Eu passei em torno de 10h nesta semana para me dedicar ao relatório do Pacto de Bagdá. Eu realmente não tenho uma base tão forte assim em Oriente Médio, então tive que me dedicar com mais empenho ainda (embora eu soubesse mais de Oriente Médio que Organização Internacional do Cacau). Enfim, eu nunca tinha ouvido falar desse Pacto, e por isso tive que focar bem nas relações bilaterais entre Reino-Unido-Jordânia no meio do século XX, Reino-Unido-Iraque, EUA-Irã, EUA-Paquistão, etc. etc.. Aprendi muito também do conceito de Northern Tier composto por Irã, Iraque, Paquistão e Turquia. Foi bem interessante. No primeiro momento que o prof. me passou que o relatório seria sobre Pacto de Bagdá, algo que nunca tinha ouvido falar, eu julguei com certo preconceito: “Pô, vou me dedicar horas para algo que deve ser irrelevante para o concurso”. Mas foi bobeira minha pensar dessa maneira.

أخٌفيالله (2020). Local: الجربوعية، Samawah, Iraque. Disponível em: Unsplash.
Quanto mais eu estudei e escrevi sobre, mas eu notava o quanto esses detalhes do relacionamento dos EUA e Reino Unido com países específicos da região são importantes para entender dentro duma análise mais macro das RI. Eu mesmo descobri a intenção estadunidense de criar uma OTAN pra região (é muito interessante pensar numa OTAN dos EUA e Reino Unido com o Paquistão, Irã e Iraque, não é?). A organização chamaria-se Middle East Defense Organization (MEDO). O Reino Unido em 1951 tinha idealizado a Middle East Command um ano antes. Acabou que, no fim, foi-se assinado o Pacto de Bagdá em 1955, encerrado em 1959 e no mesmo ano criado a Organização do Tratado Central (CENTO, na sigla em inglês.) Os detalhes do relacionamento bilateral dos EUA com os quatro países médio-orientais no meio do século XX, e da mesma maneira o relacionamento do Reino Unido com os quatro países também agregou demais meus conhecimentos da região, e me sinto com muito mais calibre agora, e muito mais base para entender melhor a história político-diplomática dos quatro países da Northern Tier nesse período.
Francês – Conditionnel passé e présent
Pelas duas tarefas acima (Pacto de Bagdá e o artigo do meio-ambiente) eu não pude assistir a aula de francês na terça-feira, nosso dia tradicional. Eu a adiei para sexta-feira, e tive que por tudo em dia que estava pendente. O foco foi o conditionnel passé e présent também. Mesmo que exigisse muito da conjugação de outros tempos verbais, eu estudei bem e consegui ir tranquilo, com erros pontuais apenas. De maneira geral, estou bem satisfeito com meu desempenho. Para a próxima aula, na terça-feira, o tema será pronoms relatifs composés. Como terei menos tempo, preciso estudar a partir do sábado, dia 11 de novembro. Vai dar bom! A professora também comentou muito sobre o CACD 3º Fase e fez algumas considerações sobre a prova e os recursos de seus outros alunos. Sempre acho interessante quando tiramos um tempo da aula para falar mais da prova. Por fim, eu relatei para a professora que quando eu leio artigos em francês, eu consigo entender com uma certa facilidade, mas quando eu preciso traduzir Português-Francês eu travo bem mais e preciso consultar muito mais o dicionário. Ela me deu a dica de ler mais em francês, e não se limitar aos podcasts ou mesmo áudios com transcrições. Ela sugeriu que eu lêsse alguns jornais para me acostumar mais com as grafias. Ela falou do Le Monde, mas disse que um bom e gratuito é o Vingt Minutes. Passarei a lê-lo, e espero que diariamente.
Semanas que vem volto a rotina. Vai dar bom demais.